Compliance na saúde: O que é e porquê devemos adotar essa prática?
O compliance na saúde é um importante regulador das políticas internas dos centros de saúde e pode auxiliar na manutenção da sua credibilidade e da qualidade dos procedimentos.
Na busca por um melhor relacionamento com pacientes, e também fornecedores e colaboradores, é fundamental que clínicas e hospitais sigam rigorosamente as regras de comportamento determinadas previamente.
No entanto, muitos gestores podem ter dúvidas quanto à elaboração e a devida importância desse conjunto de normas na área médica.
Nesse caso, vale a pena esclarecer as principais dúvidas sobre o assunto. Confira mais detalhes sobre o que é compliance na saúde e saiba como elaborar essas regras corretamente, evitando problemas éticos no futuro.
O que é compliance na saúde?
Compliance na saúde é um programa que determina uma série de regras e procedimentos necessários para assegurar a ética, transparência e qualidade dos procedimentos em clínicas, hospitais e centros de atendimento.
A palavra “compliance” vem do verbo em inglês “to comply”, que significa “agir de acordo com uma ordem”. Nesse contexto, o termo descreve um conjunto de disciplinas que devem ser seguidas por todos os colaboradores, a fim de se fazer cumprir determinadas normas e regulamentos.
O compliance também é responsável por estabelecer as políticas e diretrizes da organização, com o objetivo de evitar e tratar quaisquer desvios ou inconformidades internas e externas.
Importância do compliance na saúde
Em um primeiro momento, o compliance na saúde é essencial para estabelecer uma relação de qualidade entre profissionais e pacientes.
Esse conjunto de regras permite que os processos sejam feitos com maior qualidade e confiança, além de assegurar posturas éticas e evitar condutas inapropriadas de ambas as partes.
Dessa forma, ter regras e diretrizes bem definidas permite que todos os colaboradores ajam de acordo com a conduta e os valores da instituição.
Além disso, por meio do compliance, é possível identificar posicionamentos inapropriados, resolvendo essas questões antes que se convertam em problemas mais sérios.
Ainda, o compliance na saúde também é importante em termos práticos, pois auxilia os gestores em atividades como compra de insumos e na relação com os fornecedores.
Embora as normas sejam voltadas, principalmente, para a política interna, elas também estabelecem uma política clara para o hospital, que possibilita operações de compra de materiais e medicamentos com maior confiança e segurança, seguindo as regras já pré-determinadas.
De modo geral, desenvolver corretamente o compliance na saúde também colabora para aumentar a credibilidade da clínica, fortalecendo sua imagem como centro de referência e prestadora de serviços de qualidade.
Como implementar o compliance na saúde?
Depois de entender a importância do compliance na saúde, é importante compreender as melhores maneiras de implementar esse conjunto de normas adequadamente em clínicas e grandes centros de atendimento.
Confira algumas recomendações que podem facilitar esse processo:
Treinamentos e capacitações
Antes de mais nada, para implementar um compliance na saúde eficiente, é essencial que todos os colaboradores tenham conhecimento dessa nova política e estejam alinhados a ela.
Por esse motivo, é importante estabelecer treinamentos e capacitações para todas as equipes, de modo a fixar as regras dentro da cultura organizacional.
Dessa forma, por meio de capacitações fornecidas pela própria instituição, não será possível afirmar que os colaboradores não tinham conhecimento da nova política.
Além disso, também é uma maneira de colocar em prática as novas normas e verificar se elas correspondem, de fato, ao cotidiano dos colaboradores.
Mapa de riscos
Elaborar o mapa de riscos da clínica também é importante para estabelecer um compliance na saúde.
Isso porque esse levantamento permite ao gestor conhecer os pontos de maior atenção dentro da instituição, e, assim, desenvolver uma política de normas éticas que atenda a essas necessidades.
Assim, será possível identificar as prováveis ameaças e situações que podem se tornar inapropriadas, se preparando para lidar com esses imprevistos da melhor forma.
Auditoria de informações
O compliance na saúde pode ser fortalecido por meio de monitoramentos periódicos feitos por auditorias de informações.
Essas operações internas checam e comparam os dados coletados com outros períodos, permitindo o apontamento de inconsistências e possíveis irregularidades.
Dessa forma, a instituição poderá resolver essas questões com rapidez e segurança, garantindo a manutenção da qualidade do serviço e do atendimento.
Para auxiliar na execução dessa atividade, é importante contar com um sistema de gestão hospitalar, que possibilita o registro e acesso à informações com mais praticidade, além de agilizar a comunicação e a digitalização de documentos.
Monitoramento de dados
Do mesmo modo, realizar um monitoramento de dados eficiente é fundamental para implementar o compliance na saúde.
Isso porque essas informações são essenciais para auditorias internas, e devem ser gerenciadas e armazenadas adequadamente.
Além disso, realizar o monitoramento de dados dentro da clínica também possibilita ao gestor ter conhecimento de situações inapropriadas antes que se tornem complicações mais significativas.
Nesse caso, ter um sistema eficiente de monitoramento permite controlar melhor os processos internos e se preparar para possíveis imprevistos.
LGPD
Ainda, a vigência da nova Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) também impacta a área da saúde e a implementação de um compliance eficiente.
Estar atento às normas de segurança de informações na rede é essencial para que a instituição realize procedimentos legais e comprometidos com os pacientes.
Uma vez que os dados dos usuários devem ser devidamente protegidos, todas as operações da clínica devem estar de acordo com a LGPD.
Assim, antes de elaborar um conjunto de normas e regulamentos internos para a clínica, é essencial verificar se as rotinas executadas e o monitoramento de dados estão, de fato, atendendo aos protocolos da nova legislação.
Pontos obrigatórios do compliance na saúde
Embora cada instituição apresente suas próprias demandas e deva executar um conjunto de normas que atenda à sua proposta individual, existem alguns pontos obrigatórios na elaboração do compliance na saúde.
Confira mais detalhes sobre as principais exigências desse programa voltado para a área médica:
Seleção do fornecedor ideal
Depois de determinar como ocorrerão as políticas internas da instituição, é necessário que os fornecedores também sigam esses protocolos.
Por esse motivo, o compliance na saúde é essencial para a negociação de materiais e insumos, sendo necessário realizar a seleção do fornecedor ideal.
Desse modo, será possível atender, de maneira eficiente, às novas normas de ética e postura do centro de saúde e contar com colaboradores externos que atendam a essa visão.
Certificações
As certificações são comprovações de que o sistema de regras é efetivo e está entregando resultados dentro dos níveis esperados pelo mercado.
Assim, embora a política pareça eficiente, buscar as certificações adequadas é uma das maneiras mais indicadas de comprovar a qualidade da política interna e assegurar sua competência.
Por isso, é importante que a clínica busque certificados de qualidade e excelência, inclusive para fortalecer sua imagem perante o entendimento público, atingindo um retorno sobre suas atividades.
Relatórios
Além disso, é fundamental que o compliance na saúde venha acompanhado da implementação de relatórios.
É somente por meio de documentos de análise que será possível verificar a efetividade da política dentro dos processos internos.
Sem relatórios, não é possível comparar as informações com outros períodos e apontar inconsistências que devem ser corrigidas o mais rápido possível.
Ainda, é por meio dessas ferramentas que as auditorias poderão ser feitas, de modo que é essencial garantir a correta elaboração e distribuição de relatórios.
Canal de denúncias
Um dos principais objetivos do compliance na saúde é assegurar que colaboradores, profissionais e pacientes sigam o conjunto de normas éticas da instituição, possibilitando a execução de procedimentos de qualidade e excelência.
Por isso, um dos itens que devem compor esse programa de regras é o estabelecimento de um canal de denúncias.
Este mecanismo permitirá a identificação mais rápida de inconsistências e situações inapropriadas, possibilitando uma ação mais assertiva da clínica na resolução de problemas.
Além disso, também contribui para o fortalecimento da credibilidade do centro de saúde e auxilia na implementação mais prática e incisiva do programa de normas.
Comitê de Ética
Por fim, para assegurar que o compliance na saúde cumprirá seu papel, é importante determinar a criação de um Comitê de Ética, que se tornará responsável por avaliar situações e colaboradores.
O comitê pode ser formado por profissionais internos ou externos, e irá compor um departamento independente, que poderá analisar denúncias, contratos e até mesmo realizar auditorias periódicas.
Dessa forma, é possível garantir a correta aplicação do compliance no cotidiano da instituição, além de aumentar a segurança dos envolvidos e contribuir para a credibilidade da clínica e da sua política.
Vale a pena trabalhar com o compliance na saúde?
Embora o compliance na saúde estabeleça uma série de burocracias e regras, ele é essencial para tornar a instituição médica mais confiável e eficiente.
Traçar um programa de normas é essencial para garantir que todos os colaboradores ajam de acordo com o que se espera da instituição, além de determinar uma política única para todos os envolvidos.
Além disso, a partir do compliance na saúde, é mais fácil identificar situações inapropriadas e resolver complicações que podem prejudicar a imagem da clínica.
Por esse motivo, vale a pena trabalhar com esse programa e buscar implementá-lo o quanto antes dentro da sua cultura organizacional.
Dessa forma, será possível garantir não apenas a segurança dos seus colaboradores, mas também levar mais credibilidade e garantia para pacientes e fornecedores.